Sobre

Diretor de Empresas, Estrategista Financeiro de Negócios, Conselheiro de Administração,  Palestrante, Professor Titular em Finanças USP.

HISTÓRICO PESSOAL 

1. INTRODUÇÃO  
Filho de imigrantes portugueses, que vieram para o Brasil na década de 40 tentar a vida no novo mundo empreendendo uma nova vida, fui, sem dúvida, marcado pelos valores de retidão de caráter e espírito empreendedor de meus pais. 

Minha formação básica foi desenvolvida na escola pública da zona leste paulistana (http://www.educacao.sp.gov.br/cgrh/escolas/julia-amalia-azevedo-antunes-professora/), para a qual ia a pé à ânsia de encontrar professores, peculiares pela qualidade que hoje, infelizmente, já não se encontra na maioria das escolas públicas. Nas férias ou em feriados ia ajudar meu pai na entrega noturna domiciliar de laticínios, ou no controle financeiro das contas correntes e no faturamento de seu negócio. 

Ao final do colégio, preparava-me para entrar no cursinho, que à época já se transformava em uma indústria preparatória para os caminhos superiores, divulgando sua essencialidade, quando meus pais cobraram-me a disputa pela universidade. Alguns colegas convenceram-me a fazer, somente para ganhar experiência, as provas do vestibular, então denominadas  de CESCEM, CESCEA e MAPOFEI.  

Não esperava ser aprovado, pois não me considerava adequadamente preparado para concorrer com tantos outros, pelo que nem procurei saber dos resultados. À noite, entregando leite, fui parabenizado por um cliente que acordara especialmente para isto. A ele meus agradecimentos pela inserção na carreira acadêmica.  

2. A GRADUAÇÃO  
Fiz, então, a matrícula no curso diurno de Administração de Empresas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (https://www.fea.usp.br/), na qual passei bons quatro anos de minha vida, realizando grandes amizades entre colegas e professores, que até hoje perduram.  

Ao final do terceiro ano, fui convidado pelo Prof. Dante Carmine Matarazzo, diretor da SERASA – Centralização de Serviços dos Bancos S.A., para ser seu assistente. Ganhara, durante as aulas com o Prof. Dante, o gosto pela ANÁLISE FINANCEIRA DE EMPRESAS e, pelo visto, sua apreciação à minha dedicação à disciplina de Análise de Balanços.  

O ano de 2008 marca 30 anos de formatura, e a lembrança de um dos melhores trabalhos da Escola, segundo meu orientador Prof. Dr. Gilberto de Andrade Martins, intitulado CONTRIBUIÇÃO ÀS TÉCNICAS DE ANÁLISE FINANCEIRA: UM MODELO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO, que unia a análise financeira à estatística, que me marcaria pela frente. Começava a perceber a importância de bom conhecimento, sedimentado, a uma boa base de dados para se realizar um bom trabalho acadêmico. 

3. O MESTRADO  
No último ano da faculdade, no curso de graduação, já planejava a ela retornar em cinco anos para continuar meus estudos, pelo curso de mestrado, quando alguns colegas convenceram-me a fazer as provas naquele mesmo ano, apenas por experiência. Não esperava ser aprovado, pois não me sentia preparado para superar a concorrência, pelo que nem procurei saber do resultado. Fui então informado, ao início do novo ano, por um amigo, que havia sido aprovado. Era uma grande notícia, mas também um grande problema: havia pedido demissão da SERASA, havia enviado meu currículo para diversas empresas junto com uma análise financeira delas, estando aprovado em cinco delas, tendendo a aceitar a vaga no Banco Itaú, além de haver formalizado compromisso de casamento. Solicitei disponibilidade de tempo nas empresas, como requisito para aceitar a vaga, e nada consegui. Retornei a meu diretor na SERASA, expliquei o problema, e tive a melhor proposta coberta e dois meio períodos semanais disponíveis. Lá estava eu, de novo na SERASA, onde permaneci por 12 bons anos cuidando da pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços em CRÉDITO, da controladoria e do relacionamento com a FEBRABAN, onde passei a conhecer e analisar a gestão bancária e impactos macroeconômicos, ao participar de inúmeras comissões.  

Na FEA/USP, durante o mestrado, procurei unir disciplinas de Finanças, Informática, Marketing e Métodos Quantitativos, do Departamento de Administração, com disciplinas do Departamento de Contabilidade, e leituras em macroeconomia aplicada, como reforço a meu interesse em CRÉDITO. Concluí o curso com a dissertação intitulada “Estatização do Crédito na Economia Brasileira”, contando com as inestimáveis orientações, formais, do Prof. Dr. Keyler Carvalho Rocha e, informais, do saudoso Prof. Dr. José Carlos Moreira, que me incentivavam a fazer a carreira acadêmica, mas viam minha inclinação à carreira profissional.  
A essa época, a SERASA já contava com nova diretoria. Quando da substituição de meu professor-diretor, pedi demissão e fui selecionado novamente pelo Banco Itaú, antes que alguém me demitisse. Imaginava, eu, que, ao sair o diretor, seu agregado teria o mesmo fim. O novo presidente, Dr. Max Sender, ligou ao Dr. Olavo Setúbal, presidente do Banco Itaú, e pediu que me reenviasse para a SERASA, para onde retornei, como assessor da Presidência. Trabalhava em tempo integral na empresa e produzia minha dissertação de mestrado. Mais uma vez percebia a importância de se ter uma boa base de dados para se realizar um bom trabalho acadêmico. 

4. DOUTORADO  
O distanciamento da academia me era incômodo – sentia-me tornando obsoleto e percebia a dificuldade em manter-me atualizado. Mais uma vez, contando com as orientações de vida de meus professores, convenceram-me a fazer o processo seletivo para o doutoramento: fí-lo, fui ver os resultados e estava aprovado. 

Com a aprovação no doutorado da FEA/USP, solicitei a meu Presidente disponibilidade de tempo para cursar as disciplinas. Não recebi uma negativa direta, mas a indicação de que seria difícil, pois eu seria indispensável para a empresa. Foi uma das grandes decepções de minha vida: não teria retorno à enorme dedicação que havia dispensado à empresa. Após 12 anos de serviços, pedi demissão, e fui implantar e gerenciar o IBMEC em São Paulo, por indicação do Prof. Keyler Carvalho Rocha, em tempo parcial, com enorme redução de vencimentos, prestar consultorias de crédito a Bancos, implantar a Austin Asis e fazer o doutorado. A Austin Asis nascia da percepção da necessidade de bases de dados de apoio à pesquisa, notadamente na área de banking e crédito. 
O doutoramento foi marcado, também, pela ampliação dos conhecimentos nas áreas de Finanças, Contabilidade, Marketing e Informática, agora acrescidas de Estratégia Empresarial. Concluí o doutorado com a tese intitulada “O Instituto Jurídico da Concordata no Brasil como Instrumento de Recuperação Econômica e Financeira das Empresas”, analisando o retorno financeiro do Instituto da Concordata para a sociedade e concluindo pelo prejuízo que a ela causa, sem recuperar os beneficiários. 

5. A LIVRE-DOCÊNCIA  
Já atuando na FEA-RP/USP como Coordenador do Departamento de Administração, fui incentivado pelos colegas a realizar o processo para obtenção do título de Livre Docência em Finanças pelo Departamento de Administração da FEA/USP, o que acabei obtendo em novembro de 1.999, tornando-me o único Professor Livre Docente em Finanças no País, à data. 

A tese apresentada “Insucesso dos Grandes Bancos Privados Brasileiros de Varejo” provocou polêmica, dada suas conclusões, tornando-se sua leitura de grande interesse pelos meios de comunicação, pelos executivos financeiros e por profissionais atuantes no setor financeiro. Posteriormente foi transformada em livro, com prefácio do Prof. Dr. Antonio Delfim Netto. Acredito tenha sido uma das teses mais polêmicas apresentadas à USP, dado o interesse e a discussão gerados. Aqui vale a ressalva a um ponto pitoresco – o Prof. Delfim Netto era meu cliente na entrega de leite em São Paulo. Emocionou-me o fato de perceber ter sido transformado de leiteiro em autor por ele prefaciado. 

6. O TITULAR 
A FEA-RP/USP precisava definir seus professores titulares para tornar-se independente da FEA/USP, constituindo-se em nova faculdade da Universidade de São Paulo. Assim, naturalmente precisava candidatar-me à vaga criada, preparando-me para o concurso que seria criado ao processo seletivo dos candidatos. Sabia que esta vaga era muito desejada pela comunidade acadêmica – pois ela se partia politicamente em apoio aos candidatos – razão pela qual, além da demonstração de capacitação acadêmica, precisaria demonstrar competência política. “Fi-lo porque qui-lo”, tornando-me Professor Titular pela FEA-RP/USP para consolidar o processo que havia iniciado como fundador da faculdade. Apresentei à prova de erudição do concurso a “Evolução da Previsão de Insolvência”. A todos que me apoiaram nesta empreitada, meu profundo agradecimento. 

7. O ENSINO 
Durante o doutorado, realizei processo seletivo para professor na FEA/USP, sendo aprovado em uma vaga, em tempo parcial, para a área de Finanças. Um sonho se concretizava: ser professor em uma escola superior de tanto gabarito. Via estampado nos rostos de meus pais a alegria de um dever cumprido. Em reforço, já ao final do ano, ganhava, em pesquisa realizada pelo Centro Acadêmico Visconde de Cairu junto aos alunos, a classificação de melhor professor do curso de graduação em Administração da FEA/USP. Ministrava aulas de Matemática Financeira, Finanças I e II e Orçamento. 

Após, comecei a ministrar aulas no programa de pós graduação lato sensu e stricto sensu, sempre com ótimas avaliações – minhas notas nos cursos de graduação, cursos de pós graduação stricto sensu e lato sensu localizam-se sempre no terço superior das avaliações gerais. 

Na pós-graduação stricto sensu da FEA/SP ministrei a disciplina de Tópicos Avançados de Finanças, oportunidade na qual pude começar a orientação de dissertações e teses, já havendo efetivado a formação de inúmeros mestres e doutores. Posteriormente, com a criação do Programa de Mestrado da FEA-RP/USP, iniciei as disciplinas de Finanças Corporativas, com a orientação a inúmeras dissertações. Na pós-graduação lato sensu também orientei inúmeras monografias. Na graduação, além das dezenas de orientações na FEA/SP, promovi a implantação, no Departamento de Administração da FEA-RP, de um processo de qualificação do trabalho de formatura, com incentivo ao maior uso de metodologia de pesquisa, instalação de bancas examinadoras dos trabalhos, tendo o orgulho de ter orientado inúmeros trabalhos. 

Nestes anos de ensino tenho enfrentado a deterioração de valores dos alunos, promovida pelos próprios pais. É inacreditável o que vemos – alunos intelectualmente brilhantes mas com valores completamente distorcidos, voltados unicamente à realização da fortuna pessoal. 

Tenho também assistido à deterioração da qualidade do ensino fomentada por professores e gestores educacionais, com a aprovação de alunos e pais. 
Espero que possa mudar, para melhor. 

8. A PESQUISA  
Meu interesse pelas áreas de crédito e banking, principalmente risco de crédito de bancos, nasceu ainda na SERASA, quando propus que lá se elaborasse uma análise de risco de bancos. Particularmente não entendia porque para se conceder crédito a uma pequena empresa era necessário um volume substancial de informações e para uma operação interbancária milionária nada se exigia. Comecei a procurar material bibliográfico encontrando-o, inicialmente, na Universidade de Austin, Texas. Mas, obviamente, na SERASA não havia como viabilizar esse serviço: os bancos eram os acionistas da empresa. Dessa forma, quando saí da empresa, para poder realizar minhas pesquisas, precisando estruturar um centro de pesquisas em crédito e banking com bases de dados que as suportassem, e não havendo quem financiasse, passei a estruturar a Austin Assessoria, Sistemas e Serviços, posteriormente Austin Asis, que pretendia transformar em uma multinacional brasileira de serviços de avaliação de riscos financeiros. A Austin Asis foi, em verdade, constituída por mim para ser um centro de pesquisas em banking, auto-sustentado. 

Após, estruturei a Austin Risk, voltada à implantação de sistemas avançados de análise e gestão de risco de crédito, que em parceria com o Laboratório de Inteligência Computacional da USP, passou a elaborar sistemas em redes neurais voltados à gestão de crédito. A Austin Risk é, em verdade, um centro de pesquisas em sistemas de gestão de risco de crédito. Fixando-me em Ribeirão Preto a partir de 1994, para implantação da FEA-RP/USP, tentei profissionalizar a gestão da Austin Asis colocando à frente meu sócio. Como a implantação da FEA-RP/USP consumiu-me muito, abri excessivamente o sentido da confiança humana: o resultado foi o amargor de ver uma confiança de 25 anos ser literalmente jogada no lixo por um punhado de dinheiro. Este caso está em julgamento no judiciário, desde o ano de 2000: foi um aprendizado lamentável da realidade do processo judicial deste País. 

Resolvi decidir pela perda de 15 anos de trabalho e reiniciar minha atividade empresarial: criei o ABM Group, em Ribeirão Preto. Foi uma fase muito difícil de empreendimento de mais uma atividade. Foi, no entanto, a oportunidade de, novamente, conjugar a atuação acadêmica com a atuação de mercado, permitindo oportunidades aos alunos da FEA-RP/USP: o ABM Group é um dos maiores contratantes de estagiários da Faculdade. O conhecimento adquirido permitiu, também, a prestação de inúmeros serviços pela FIA, para o Banco Central, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Como resultado, foram elaboradas inúmeras pesquisas sobre risco de crédito de bancos privados e públicos, impactos da alavancagem no sistema bancário local, crédito e macroeconomia, utilização de redes neurais aplicadas ao crédito.  

Particularmente, vejo nas pesquisas aplicadas dois objetivos: o de fazer ciência, portanto construir o conhecimento dentro dos padrões clássicos definidos pelo clube científico, e o de aumentar o conhecimento da sociedade, através da ampla divulgação de resultados das pesquisas, pela imprensa ou diretamente. O trabalho foi coroado em algumas oportunidades: quando ministrei um curso em conjunto com o Prof. Edward E. Altman, meu eterno mestre da New York University; quando ministrei palestra em um evento no Banco Itaú sobre Estratégia Bancária, em conjunto com Michael E. Porter; quando ministrei palestra sobre perspectivas do sistema bancário nacional para a diretoria do Citibank; quando discuti com o Prof. Dwight B. Crane, responsável pelo Global Financial System Project da Harvard Business School, perspectivas do sistema bancário internacional; e quando fui entrevistado pelo Financial Times. 

Minha produção de livros iniciou-se pelo livro “Administração Financeira de Municípios”, sendo seguido pelo “Administração Financeira de Pequenas Empresas”, pelo “Insucesso dos Grandes Bancos Privados de Varejo”, fruto de minha tese de livre docência, pelo “Finanças Corporativas de Curto Prazo: a Gestão do Valor do Capital de Giro”, pelo “Finanças Corporativas de Longo Prazo: Criação de Valor com Sustentabilidade Financeira e “Finanças Corporativas: Análise Financeira Fundamentalista de Empresas”, estando outros em elaboração como Finanças Ambientais e Risco de Crédito de Municípios. Os livros de Finanças Corporativas foram fruto de um projeto de pesquisa, com duração de cinco anos, para reconstruirmos o ensino de finanças em programas de graduação. 
Na realização de minhas pesquisas tenho sido contemplado com os bons olhos da mídia, quer impressa, falada ou televisiva, na divulgação de inúmeros estudos, pelo que agradeço aos jornalistas que participaram dessa divulgação. Em minha visão, precisamos divulgar mais os estudos que fazemos, não apenas para o meio acadêmico, como também para a sociedade que nos patrocina. 

Em 2002 implantei o CEPEFIN – Centro de Pesquisas em Finanças, um grupo de pesquisas registrado no CNPq que tem por objetivo único o fomento à pesquisa na área de finanças. Inúmeros artigos já foram publicados por alunos de graduação e pós-graduação pelo CEPEFIN. 

Em 2003, com o apoio dos professores que comigo participam de inúmeros MBAs, resolvemos partir para a consecução de novo objetivo: tornar realidade o ensino executivo a distância. Foram inúmeros levantamentos, testes de tecnologia, parcerias, avaliações de tomadas de cinema e, enfim, iniciamos os trabalhos através da TV Corporativa do Banco do Brasil, com 34 programas. E desta forma dei início ao INEPAD – Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração, um instituto formado por mais de 200 professores doutores de escolas superiores, públicas e privadas de primeira linha, com o objetivo central de desenvolvimento do ensino a distância nas diversas áreas do conhecimento de Administração. Saiba mais acessando meus artigos.

9. A EXTENSÃO 
A extensão das atividades acadêmicas constitui-se na disseminação dos valores do ensino e pesquisa à sociedade, saindo-se do enclausuramento da universidade. Neste sentido participei e fomentei a criação de entidades que assim atuassem, citando a FIA – Fundação Instituto de Administração, a AUSTIN ASIS, a AUSTIN RISK, a FUNDACE – Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia, o INEPAD – Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração, além de organismos estudantis como o Núcleo de Empreendedores, a Júnior FEA e o fomento à instalação da AIESEC em Ribeirão Preto. 

Como atividades diretas elaborei o planejamento estratégico da Fundação Educandário de Ribeirão Preto, que cuida de adolescentes em estado de risco; de atividades junto à Casa das Mangueiras, que cuida de adolescentes atuantes em tráfico de droga; de atividades de definição de futuro para as crianças da CACAV, entidade municipal que recebe crianças retiradas do pátrio poder dos pais normalmente por agressão; de atividades desenvolvidas junto à FUNDET, entidade que fornece o primeiro emprego a cerca de 500 adolescentes. 

10. A FEA-RP / USP  
Gosto de desafios, e por isto aceitei o de colaborar na implantação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP no campus de Ribeirão Preto. Durante dois anos ministrei aulas na FEA/SP e na FEA–RP, oportunidade na qual pude sentir a dificuldade de viabilização de projetos na estrutura pública, apesar de toda ajuda e boa vontade dos colaboradores e superiores diretos. Eram mais de 30.000 quilômetros por semestre, mal pagos e mal reconhecidos, mas valeu a pena. Ministrei aulas de praticamente todas as disciplinas, de todas as áreas, menos por minha capacidade e mais por necessidade: a contratação de um professor demorava cerca de um ano e meio. Participei de quase todas as contratações do Departamento. A torcida era contra: não vai dar certo! Se a Poli não deu certo em Cubatão, você também não terá sucesso, era a desculpa à época.  

Hoje a FEA-RP é uma realidade: é uma das maiores unidades de graduação do campus de Ribeirão Preto: o curso de Administração foi agraciado com AAA em todas as turmas avaliadas pelo Provão, obtendo a nota média máxima – é a melhor escola de Administração do País; os programas de pós-graduação lato sensu foram implantados e já contam com cerca de 500 executivos. Em 2004 a CAPES autorizou o início do programa de mestrado em Administração das Organizações da unidade. A produção acadêmica do Departamento de Administração é superior à média da universidade; o corpo discente apresenta elevada capacitação, inclusive relativamente a padrões internacionais. Quão gratificante não é ouvir as palavras elogiosas de personalidades quando de visita às nossas instalações sobre a organização de nossa Faculdade. 

Ao final de 2003, o MEC publicou, mais uma vez, o resultado do Exame Nacional de Cursos, chamado de Provão, e com alegria vi o Curso de Administração da FEA-RP/USP com a primeira colocação: inclusive fruto de divulgação pela Revista Veja. Ao final de 2004, um vazio, não havia Provão para avalizar a competência do curso. 

Um de meus grandes desafios foi: ajudar a construir o melhor curso de Administração deste país! Uma escola da qual tenho orgulho de ter meus filhos formados: a minha filha mais velha, Daniela de Cássia Borges Matias, concluiu contabilidade na FEA-RP/USP; a minha segunda filha, Carla Regina Borges Matias, concluiu curso de Pedagogia na Universidade Federal de São Carlos e agregou o MBA Administração da Fundace de Ribeirão Preto; a minha terceira filha, Cláudia Elisa Borges Matias, concluiu o curso de Administração na FEA-RP/USP; e meu filho menor, o Júnior, está cursando o programa Economia Empresarial e Controladoria, também na FEA-RP/USP. 

Para viabilização financeira da FEA-RP/USP foi implantada, em 1995, a FUNDACE – Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia. Através de programas MBA, abertos e fechados, e de projetos de consultoria, arrecada recursos para complementação de renda de professores, de departamentos e da direção da FEA-RP/USP, e através de projetos sociais, realiza sua integração com a comunidade. Durante o ano de 2005, a pedido do Diretor da FEA-RP/USP Prof. Dr. Marcos Cortez Campomar, exerci o cargo de Diretor de Projetos da Fundace, reformando os currículos dos programas acadêmicos, reformando a infra-estrutura de secretaria de cursos e administrativa, criando normas e implantação do respectivo manual, contratando infra-estrutura de salas de aula, dentre outras atividades. 

Não menos essenciais, a participação nas atividades acadêmicas dos Conselhos da Faculdade, oportunidades nas quais podemos discutir a importância do desenvolvimento da pesquisa e do ensino para o desenvolvimento de nosso País, destacando-se atividades como a de implantação de novos cursos na Faculdade e a de realização de Concursos para Professores Titulares. 

11. ATIVIDADES EMPRESARIAIS

11.1.    O SUPERMERCADO A DOMICÍLIO
Em 1976, a partir da ideia da entrega de leite a domicílio, com a entrada do leite longa vida na concorrência com o leite in natura e com a carteira de clientes que eu detinha pela entrega do leite, iniciei a expansão da distribuição de leite para distribuição de produtos alimentícios não perecíveis, um Supermercado a Domicílio. Projeto inovador e comercialização, tendo sido capa da Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios.

Adquiri uma pequena camioneta e instalei um serviço de comunicação com os clientes, para capturar os pedidos. Com a expansão da atividade tive que contratar pessoas para compras, vendas e a emissão de notas fiscais.

Fui roubado por um vendedor muito eficiente.

Encerrei o negócio e paguei as dívidas.

11.2. SERASA
Meu primeiro emprego foi na Serasa, empresa de análise de crédito então criada por todos os bancos atuantes no Brasil.

Por um convite de meu professor na FEA USP em São Paulo, Prof. Dante Carmine Matarazzo, fui trabalhar como assistente dele, então Diretor de Operações, na empresa em 1978.

Depois fui efetivado como Assessor da Presidência, permanecendo na empresa por 12 anos, nos quais ajudei em seu processo de implantação.

11.3. A AUSTIN ASIS
Em 1986 abri, na garagem de minha casa em São Paulo, a Austin Asis. Empresa de Serviços voltada, inicialmente, à análise de risco de crédito de Instituições Bancárias, avaliando o risco de uma instituição financeira gerar prejuízo a seus clientes. O mote inicial era o fato de que estas instituições avaliavam o risco de crédito de empresas de qualquer tamanho, e ninguém, no mercado, avaliava o risco de crédito dessas instituições. E diversas Instituições Financeiras haviam sucumbido no Brasil e no mundo. Assim, obtive da Universidade de Austin, no Texas, artigo que contemplava este assunto e, em homenagem, coloquei Austin no nome da empresa. ASIS era de Assessoria, Sistemas e Serviços. Constituiu-se na maior empresa do segmento no Brasil.

Fui para Ribeirão Preto para a instalação da FEA-RP/USP, deixei meu sócio à época tomando conta da empresa, e fui brindado com triste ocorrência, conforme exposto neste anexo (clique para carregar o documento sentença).

11.4. O INEPAD EDUCAÇÃO
Estruturei o Inepad Educação como uma organização sem fins lucrativos para expandir a minha atividade de formação de executivos, com cursos presenciais e a participação de duas centenas de professores.

Já participava de inúmeros MBAs presenciais quando o Banco do Brasil realizou uma licitação para a implantação de MBAs a Distância. Fui para a reunião de apresentação dos projetos de MBAs a Distância com a intenção de aprender a participar de licitações públicas, mas me preparei para isto – criei um modelo de ensino para educação a distância, aonde a parca tecnologia à época era parte do processo. Concorri com mais de 20 instituições famosas de ensino. Surpreso fiquei quando inúmeros representantes das instituições, com formação em ensino a distância no exterior, disseram que era inviável o que o Banco do Brasil desejava. Em síntese ninguém apresentou proposta viável, exceto eu que apareci demonstrando o processo de ensino e uma simulação de como funcionaria. Ganhei o processo e formei mais de 30 mil executivos a distância. Constituiu-se na maior organização de ensino a distância do Brasil.

11.5. O INEPAD CONSULTING
Com minha aposentadoria na USP, resolvi fortalecer o trabalho de consultoria, que com a ajuda de diversos profissionais que se tornaram sócios, focamos na Consultoria em Governança, com a formação de inúmeros Conselhos Consultivos e Conselhos de Administração, além da implantação de estruturas de Controladoria e participação em inúmeros Conselhos. INEPAD Consulting.

11.6. A AXIS HEALTH
A partir de um MBA em Gestão da Saúde, realizado pelo Inepad Educação e pela Fundação Unimed, tivemos contato com diversos médicos executivos de Unimeds. Estes nos solicitaram trabalhos de consultoria estratégica para suas organizações, através do Inepad Consulting.

Estes trabalhos culminaram com a necessidade de implantação de hospitais, para permitir a estas operadoras de saúde a sua continuidade estratégica frente à elevada concorrência no setor por entidades enormes. Surgia, com a forte colaboração dos sócios, a elaboração de projetos de arquitetura, por empresas associadas, e a captação de empréstimos juntos a instituições financeiras de mercado.

Mas os médicos viam e admiravam os hospitais, mas não ficavam contentes em razão de sua percepção que estavam, pessoalmente, fora do negócio hospitalar, Assim, surgiu a atividade desenvolvida pela Axis Health de captação de recursos financeiros por fundos imobiliários, desde o desenho inicial da operação até a captação de recursos, aonde o Inepad Consulting entra pela implantação da estrutura de Governança nas Unimeds e o acompanhamento dos projetos juntos aos Conselhos, para garantir o sucesso das operações. 
 
11.7. A CAPITAL CARE
Em razão de inúmeros projetos de consultoria e governanças em Unimeds, com a implantação de estruturas hospitalares a partir da Axis Health com financiamentos ou fundos imobiliários, surgiu a necessidade criação de estrutura financeira para colocação de equipamentos hospitalares nesses, e em outros, hospitais.

Assim surge a Capital Care.


Links:
SERASA: www.serasa.com.br
FUNDACE: www.fundace.org.br
FEA-RP USP: www.fearp.usp.br
Inepad Educação: www.inepad.org.br
Inepad Consulting: inepadconsulting.com.br
Axis Health: axishealth.com.br
Capital Care: capitalcare.com.br